Portugal - Alemanha

Sobre este Portugal – Alemanha, no final, não estou triste nem posso dizer que era um resultado que eu não punha fora de questão. Mas desiludido, estou. Desde o início que reparei num projecto de entrar bem no jogo, mas ao mesmo tempo num total desleixe por parte de muitos jogadores. A ideia que passava era 10 gajos de vermelho e 1 de preto na baliza a jogar sem gosto absolutamente nenhum, e não o suposto 11 imbatível que tinha ganho os dois primeiros jogos sem esforço.

Na baliza, meio responsável pela derrota, a puxar para os três quartos. Dois golos tirados de lances de bola parada, o segundo completamente a papel químico do primeiro. O Ricardo continua a ser um total pesadelo no que toca a cruzamentos. Não há muito mais a dizer, porque sinceramente em meia dúzia de remates, foi o que ficou.

Na defesa, um irreconhecível Bosingwa deixava passar demasiadas bolas para o habitual, apesar de continuar bastante rápido e a centrar melhor para a área, esteve muito abaixo das expectativas. Pepe bastante bem, ao nível do exigido de um já consagrado bom central, a par de Ricardo Carvalho, outro senhor da defesa portuguesa. Paulo Ferreira, o outro quarto responsável, acabou por ser bastante inepto na cobertura de Schweinsteiger no 1º golo, e apesar de levar um empurrãozinho do Ballack no 3º, não me venham dizer que ele ficou bem na marcação. Muito aquém.

No meio campo, João Moutinho não teve oportunidade de mostrar o seu valor porque saiu lesionado à primeira meia hora. De notar aquela bola que lhe calhou na coxa, que se tivesse calhado no pé ou na cabeça, quem sabe. Raúl Meireles, que o rendeu, não esteve grande coisa. Ocasiões de remate, duas ou três, que me fizeram lembrar que se estivesse lá na posição dele o Maniche, era golo. Petit esteve bastante sólido, com bons passes e boa organização de jogo. Deco outra vez a peça chave da selecção. Excelentes passes, grande controlo de bola, fantástica visão de jogo uma vez mais. Já diz o Johnny que espera que ele jogue na selecção até aos 40.

À frente, Simulão surpreendeu-me, muito pela positiva. Jogou bastante bem desde o início, boas linhas de passe, boa iniciativa. Fez pelos outros jogos que não fez. Ronaldo, do outro lado, continua a fazer o que não faz no MUFC. Jogar em equipa. Tentou bater Lehmann por 2 vezes sem nunca conseguir, o golo de Nulo Gomes só aconteceu porque o ressalto do remate falhado de Ronaldo ‘calhou bem’. Resumidamente, desde o início do europeu até agora, não vi nenhum ‘melhor jogador do mundo’ a jogar a extremo da equipa de Portugal. Falando do Nulo Gomes, nem bem nem mal. Marcou o 1º tento, fez o que era pedido. Mesmo assim, e apesar das vaias e de eu próprio fazer o trocadilho com o nome dele, gostei de o ver jogar. Postiga que continua a não saber jogar lá muito bem, finalmente acertou no jogo aéreo, e fez um bom golo, depois duma excelente jogada de Nani pelo lado esquerdo. Este, pelo contrário, um pouco apagado, mas o que fez, fez bem.

Se eu fazia as mesmas escolhas? Primeiro até apostava mais depressa no Rui Patrício do que no Ricardo. Segundo, tirar o Nuno Gomes depois de ter marcado um golo e até estar a jogar bem, para depois tirar o Petit e voltar a remudar a táctica? Quaresma para ver se tirava algo da cartola? Fernando Meira a fazer de lateral esquerdo?
O árbitro não esteve perfeito, falhando algumas vezes, mas também não vou criticar muito. Se dizem que perdemos por causa das diferenças de alturas, então devíamos ter perdido com a Rep. Checa também...

Ficamos então pelo caminho num Euro 2008 pouco impressionante para uma equipa supostamente favorita, mas que desde o início que eu digo que a jogar assim, nunca chegaríamos para uma Alemanha, uma Espanha, uma Holanda... estas duas últimas que me parece que sejam mesmo candidatas ao título.

Man of the match : Deco (por mim), Schweinsteiger (pela UEFA).

Agora se o Scolari estaria mais com a cabeça nos milhões do Chelsea do que propriamente no Euro? E se o Ronaldo estaria mais com a cabeça nos milhões do Real Madrid do que propriamente no Euro? Pois...

Então siga para 2010, a ver se lá chegamos !

Um esperançoso bem haja,

-A