domingo, 16 de dezembro de 2007

Tempo festivo.

Numa altura em que o natal se aproxima, apesar de as decorações já estarem nos shoppings desde final de agosto, torna-se quase obrigatório fazer o post cliché sobre o consumismo que nos abafa nesta época do ano.
Eu nunca comprei presentes para ninguém, porque principalmente o diálogo com os meus pais é o seguinte :

-'Então pai/mãe, que me vais dar no natal ?'
-'Nada, já tens demasiadas prendas durante o ano.'
-':('

À qual resposta eu me calo, porque eles até têm razão. Pessoalmente não dou muito valor a estes dias 'festivos', incluindo o ano novo. São dias iguais aos outros, com a particularidade do dia seguinte ser feriado. Já dizia o outro que 'o natal é quando um homem quer' não é ? O que leva a crer que podia ser perfeitamente no dia 29 de fevereiro ou em 17 de setembro.

Então o que é que me chateia ?

Maioritariamente, a quantidade de parolos com demasiado tempo livre (que vão buscar não sei onde) e que se encafuam e atolam os shoppings, vedando o acesso a pessoas simples e normais como eu que apenas querem dar lá um salto para comprar uma coisa qualquer.
Começa pelo parque de estacionamento. Ora, eu sou um gajo com muito pouca paciência no que toca a procurar lugares em estacionamentos de shoppings. Nesta altura do ano é muito frequente que haja poucos lugares livres, lugares esses que vão ser prontamente ocupados exactamente pelo carro que vai à nossa frente. Espanhóis, franceses, e até um chinês num BMW X5.
A parte engraçada é que os sinais e as direcções a seguir estão postos duma maneira espectacular, de modo a afastar-nos de todos os lugares mais próximos das entradas e a deixar muita gente passar à nossa frente.

Caso consigamos passar a fase do estacionamento, assim que chegamos ao topo das escadas rolantes, deparamo-nos com um mundo de enfeites pirosos, maioritariamente cometas e estrelas duma forma abstracta de cor vermelha e branca, e uns pinheiros aqui e ali.
Somos envolvidos por uma enorme quantidade de pessoas provenientes de sobral pichorro, girabolhos, ronquenho ou até mesmo guardizela. Todos sedentos por saldos, mesmo que sejam de 5%, vagueiam pela salsa ou bershka até encontrarem o outfit dos seus sonhos para um natal em família, e talvez para uma passagem de ano 'chique' numa discoteca da moda.

Uns na toys r' us a comprar caixotes do tamanho dum smart para o filho de 5 anos, outros na fnac a comprarem a ultima geração de ipods, toda a gente adere ao belo consumismo que se verifica tao alegremente desde o inicio de dezembro. Tirando a óbvia pergunta de onde é que toda a gente vai buscar dinheiro para dar brutas prendas a 17 membros da família sem hipotecar a casa, uma vez que a inflação aumenta proporcionalmente ao desemprego, é, porque é que o fazem.
Tudo bem que o simbolismo cristão da oferenda de prendas no dia 24 para 25 já está bastante enraizado e torna-se mais do que tradicional fazê-lo, mas porque é que todo o bom português até tem que deixar para a última a compra de prendas ? Deixem os espaços comerciais para quem tem que ir lá despreocupadamente comprar qualquer coisa !

Acho que este post podia ser largamente melhorado, mas não me vem grande coisa à cabeça..
Espero contudo que se identifiquem um pouco comigo na revolta quanto a esta malta vestida de ganga da cabeça aos pés que muito sinceramente me afecta os nervos.

Um abraço quase natalício com cheiro a páscoa,

-A

1 comentário:

Anónimo disse...

hei Abilio pareces o Grinch!lol..
uma coisa que me irrita bastante são as musicas tipicas de natal que somos obrigados a suportar a partir de outubro, seja no centro comercial ou no centro das cidades ah sempre uma mariah carey ou um jingle bells para nos kilhar o juizo e nos lembrar que o natal esta a xegar apesar de estarem 25 graus..